terça-feira, outubro 10, 2006

Cartas


Pois é! Hoje o carteiro parou duas vezes à minha porta e, em nenhuma delas me deixou qualquer carta. Quero dizer, uma carta escrita especialmente para mim. Recebi publicidade, uma carta de parabéns automática, atrasada, e uma carta de promoções de uma revista de roupa. Depois, também vieram levantar uma encomenda. Hoje levam e trazem tudo, menos cartas: de amor, de amizade, de participação, de convite, etc.!
Isto fez-me lembrar quando foi a última vez que escrevi uma carta, sem ser comercial. Não me consegui lembrar. É triste. Também não me consegui lembrar da última vez que recebi uma carta. Nem qual foi. Nem de quem foi. Só me lembro de postais de Natal, de aniversário e de férias que recebo dos meus irmãos.
Lembro-me de ter um correspondente quando andava na escola primária, daqueles que escreviam para uma escola qualquer do país e um(a) aluno(a) qualquer se oferecia para responder. Eu ofereci-me e fiquei com um correspondente de Vila Real de Santo António. Nem sabia onde isso era. As cartas esclareciam-me. Eu escrevia sobre o pouco que conhecia de Tomar. Recebia e escrevia uma carta por mês. Era giro e acabou no fim desse ano lectivo. Não me lembro do nome. Mas era um rapaz. E as cartas vinham mesmo para mim.
Também tive um namorado que me escrevia quando estava na tropa. Deita-as fora quando acabamos o namoro.
Do que me lembro melhor, é da emoção quando se recebe uma carta. Da vontade de se abrir a carta e ver o que está lá dentro.
Gostava de voltar a receber cartas. Escritas para mim. Só para mim.
E porque me lembrei disto hoje? Porque li, algures, que hoje, 9/10/2006, era o Dia Mundial dos Correios...

domingo, outubro 08, 2006

Castelo de Tomar


O Castelo dos Templários, na mais linda cidade portuguesa, foi mandado construir por Gualdim Pais, no longíquo séc. XII, integrado no sistema defensivo-ofensivo da Reconquista. A Torre da Menagem reutilizou lápides romanas... (in Viagens na Nossa Terra, SRD, 1997:130)
Para saber mais, nada como vir até cá e conhecê-lo.
No Dia Nacional dos Castelos (07/10/2006, ontem), nada como lembrar o que melhor conhecemos.

sexta-feira, outubro 06, 2006

5 de Outubro - Dia Mundial dos Professores



foto: DN 06/10/06, Leonardo Negrão

Foi ontem!


Tanto foi dito, tanto o que ficou por dizer...

«Abri escolas para encerrar prisões.» Victor Hugo

Sempre quis ter uma filha chamada Amélia. Ou Anita. Tudo porque adorei andar na escola primária. Amélia era a minha professora. Com ela aprendi a ler e a escrever. Com ela aprendi a tabuada. Por causa dela quis ser professora. Para também ensinar a ler e a escrever...
Fui boa aluna. Assídua e pontual. Adorava fazer os trabalhos de casa, mal chegava a casa. Tinha sempre os cadernos limpinhos. Não perdia o meu material escolar. Era pouco. Era precioso.
Amélia era enorme. Pelo menos para mim, pequenina e franzina. Tinha um vozeirão... Mas não me assustava. Ensinava-me. Motivava-me. Incentivava-me. Encorajava-me.
Na minha segunda classe, ficou doente. Veio a professora Maria. Alta e magra. É do que me lembro. Não deixou saudades...
Quando soube que a professora dos meus filhos também se chamava Amélia, pensei ser um bom presságio. Não me enganei. Também eles gostam de andar na escola. Terão boas lembranças, com certeza. O resto, logo se verá.
Anita tem quase 50 anos. Os livros, claro. Ia buscá-los à biblioteca itinerante e lia, lia, sonhava, sonhava... Porque a professora Amélia me ensinou a ler e me incentivava a ler livros...

5 de Outubro - Implantação da República Portuguesa

No séc XVI, um poeta português escreveu:
«Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o céu me dá que eu sem perigo
Torne com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.»

Foi em 1910!
Está para durar.
Faço por isso: Voto. Pago impostos. Tenho descendência. Vivo. Luto para que o dia de amanhã seja melhor.
Enfim... Sou portuguesa de alma e coração.
Jorge Luís Borges disse: «Ninguém é a pátria. Todos o somos.» Seja também!
Ah! O poeta só podia ser Camões!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Seja muito bem-vindo!
A maternidade fez de mim uma pessoa melhor. A ela devo, também, o nome do meu blog.
DAR também é sinónimo de doar, partilhar, ceder, transferir, alienar, conceder, ... etc.! Tudo aquilo que pretendo fazer convosco.
DAR também pode significar cascar, bater, menos positivo mas por vezes necessário! Ainda que não seja violenta.
Depois existem tantas expressões, tão conhecidas, com DAR, como "... abébias"; "... a camisa"; "... à língua"; "... alfinetadas"; "... a mão"; "... ao chocalho"; etc., etc.... O que poderá acontecer de forma positiva, sempre.
Também existem provérbios onde DAR aparece como rei e senhor, como este de origem árabe: «Se tens muito, dá os teus bens; se tens pouco, dá o teu coração.» Uma máxima de que me orgulho de praticar.
Já F. Nietzsche disse: «Se quiseres DAR* tem cuidado, pois quem aceita é capaz de não compreender o sentido da tua dádiva.» É verdade, sim senhor! Existe muita gente desconfiada...
Por fim, um conselho do enorme Mahatma Gandhi:«DAR* um copo de água em troca de um copo de água não é nada; a verdadeira grandeza consiste em retribuir o mal com o bem.» Nem sempre possível, mas muito desejado.

Obrigada por estar comigo!
*(As maiúsculas em DAR são da A.)