Pois é! Hoje o carteiro parou duas vezes à minha porta e, em nenhuma delas me deixou qualquer carta. Quero dizer, uma carta escrita especialmente para mim. Recebi publicidade, uma carta de parabéns automática, atrasada, e uma carta de promoções de uma revista de roupa. Depois, também vieram levantar uma encomenda. Hoje levam e trazem tudo, menos cartas: de amor, de amizade, de participação, de convite, etc.!
Isto fez-me lembrar quando foi a última vez que escrevi uma carta, sem ser comercial. Não me consegui lembrar. É triste. Também não me consegui lembrar da última vez que recebi uma carta. Nem qual foi. Nem de quem foi. Só me lembro de postais de Natal, de aniversário e de férias que recebo dos meus irmãos.
Lembro-me de ter um correspondente quando andava na escola primária, daqueles que escreviam para uma escola qualquer do país e um(a) aluno(a) qualquer se oferecia para responder. Eu ofereci-me e fiquei com um correspondente de Vila Real de Santo António. Nem sabia onde isso era. As cartas esclareciam-me. Eu escrevia sobre o pouco que conhecia de Tomar. Recebia e escrevia uma carta por mês. Era giro e acabou no fim desse ano lectivo. Não me lembro do nome. Mas era um rapaz. E as cartas vinham mesmo para mim.
Também tive um namorado que me escrevia quando estava na tropa. Deita-as fora quando acabamos o namoro.
Do que me lembro melhor, é da emoção quando se recebe uma carta. Da vontade de se abrir a carta e ver o que está lá dentro.
Gostava de voltar a receber cartas. Escritas para mim. Só para mim.
E porque me lembrei disto hoje? Porque li, algures, que hoje, 9/10/2006, era o Dia Mundial dos Correios...