quinta-feira, dezembro 28, 2006

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Pequenas coisas

Já referi como existem pequenas coisas que me conseguem encher a alma. Em conversa com uma amiga, apercebi-me que tenho tendência para o que é pequeno. Assim:
Bonsais: árvores em miniatura, que requerem muito saber para que se mantenham vivas e pequenas. Já tive 3, mas não consegui mantê-las, pode ser que neste Natal...
Dedais: que colecciono sem loucura, desde que recebi alguns como lembrança de viagens de outrém, e agora já tenho algumas dezenas.
figuras do Menino Jesus: sim, também guardo algumas, porque as acho muito bonitas e porque lembram o amor filial.
(...)
No tempo que demoro a organizar e a cuidar das minhas mini-adorações, faço um retiro espiritual involuntário, onde a alma ganha outro brilho, como se o dia começasse nesse momento, onde os problemas são esquecidos e onde surgem outras ideias, onde se formam novos sonhos.
Vale a pena perder tempo com pequenas coisas!

terça-feira, novembro 28, 2006

Dor agradável


Há quem sofra sem querer; há quem sofra e goste; há quem sofra e não sabe que sofre...

Ontem apercebi-me que algumas coisas que me dão prazer me causam dor. Não uma dor de tomar qualquer coisa ou de ir ao médico. Mas uma dor que vai ficando e que, com o tempo, causa nostalgia. Para ter o que tenho, vou prescindindo de sonhos, de realizações, que não são compatíveis com a vida que escolhi ter. Alguns sonhos consigo encaixá-los noutros que já conquistei. Outros sonhos vão ficando numa caixinha que existe no meu coração. Outros sonhos, ainda, vão sendo trocados ou esquecidos. Estes são os que vão causando dor.

No entanto, considero que esta dor é agradável. Porque vou-me completando com a vida que escolho viver. Vou tendo momentos de Felicidade, que me realizam enquanto pessoa que ama e que é amada. Outros momentos, menos felizes, são ultrapassados e servem de lição para o futuro.

Não existem pessoas que são sempre felizes. E se pensam que o são, ainda bem para elas.

Há quem escolha pequenas coisas pelo prazer imediato que lhes dão e que, sem se aperceber, perdem grandes coisas que estão mesmo ali ao lado. Talvez bastasse esperar um pouquito mais.

Do fundo do meu coração, desejo a todos os que lerem este desabafo muitos momentos de Felicidade...

quinta-feira, novembro 16, 2006

Fazer o bem sem olhar a quem

Recebi um email, para reenviar, com o pedido de doar sangue, neste caso tipo B-. Não é o meu. Mas reenviei mensagem.
Doar, para mim, é um acto de amor. Não custa nada. Há quem o faça uma vida inteira. Talvez custe ver a agulha. Custa de certeza, bem mais, sofrer uma doença e ficar dependente da vontade de doar... Todos nós podemos sofrer um acidente e ficar dependente da vontade alheia.
Um dia alguém, que já me foi mais próximo, necessitou de receber uma transfusão sanguínea. Talvez a maneira como pediram a amigos e familiares a dádiva não fosse a melhor, mas causou impacto. Todos doaram sangue. Uns ficaram pálidos, mas aguentaram-se. Essa pessoa salvou-se. Não terá sido pelo que os amigos e familiares fizeram, pois acredito que o sangue tenha sido analisado antes de ir para alguém. O que ela recebeu terá sido de anónimos que já tinham doado, ainda que não soubessem para quem se destinava. O dos amigos e familiares serviu para repor o utilizado.
Além do sangue, também se pode doar medula, muito mais doloroso, mas quem dela necessita também sofre bem mais... Há mulheres que fazem doação de óvulos, (polémica), doloroso para quem doa e para quem recebe, mas a alegria do sonho concretizado, que vem nove meses depois, supera todas as dores...
Alguém disse: «Não dês o que te pedem, mas o que achas que precisam; e suporta depois a ingratidão.» É triste mas acontece.

terça-feira, novembro 14, 2006

Sorriso triste num rosto lindo

Tenho guardado um sorriso triste que encontrei hoje num rosto lindo e meu amigo.
O que esconde esse sorriso? Não sei. Posso imaginar sonhos desfeitos, pensamentos negativos, promessas esquecidas, desilusões profissionais, acidente, doença, morte... Tudo o que não é bom!
Mas a vida continua. É preciso encontrar alternativas e batalhar. É preciso acreditar e encontrar alento para prosseguir o caminho. Nem sempre é justo. Nem sempre é esperado. Acontece a todos. Dá calo para enfrentar a vida.
Como amiga, ponho a disposição o meu ombro para qualquer apoio...
Contem comigo que eu sei com quem contar.
"Para vermos o arco-íris temos que esperar que passe a tempestade!", é uma máxima que li há muitos anos e que me acompanha sempre. Que sirva também para ti, caro rosto amigo que trazias sorriso tão triste.

quinta-feira, novembro 09, 2006

DAR humor

Existem pequenas coisas que me dão prazer e me deixam, logicamente, bem disposta. Por exemplo: deitar numa cama feita de lavado; um bom banho de água quentinha; um bom petisco; um sorriso; um mimo; uma anedota... como esta, deliciosa, e que me foi contada por uma amiga:
«Uma professora universitária acabava de dar as últimas orientações aos alunos acerca do exame que ocorreria no dia seguinte. Finalizou alertando que não haveria desculpas para a falta de nenhum aluno, com excepção de um grave ferimento, doença ou a morte de algum parente próximo.
Um engraçadinho, que estava sentado no fundo da sala, perguntou, com aquele velho ar de cinismo: "De entre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por actividade sexual??"
A classe explodiu em gargalhadas, com a professora a aguardar pacientemente que o silêncio fosse estabelecido. Assim que isso aconteceu, ela olhou para o palhaço e respondeu:
"- Isso não é um motivo justificado." - e continuou serenamente - "Como o Exame será de escolha múltipla, você pode vir para a sala e escrever com a outra mão... Ou se não se puder sentar, pode responder de pé."» Obrigada CJ

Ah! Os outros prazeres têm de vir de coisas grandes...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Estou de volta

Estou de volta!
Estive ausente porque fiquei sem telefone e internet em casa. Culpa das trovoadas. Tudo solucionado. Fui a espaços net mas lá só faço consultas rápidas. Agora estou confortavelmente em casa.

Entretanto tanta coisa aconteceu! Cheias em Tomar. Estradas cortadas. Fui tia de novo. De uma menina. Linda. Pequenina. Rosadinha. Calminha. Comilona. Os dois irmãos estão felizes... E vou ser tia outra vez, disse-me a irmã... Tantas criancinhas numa família que é um clã. Daqueles que eu gosto e que faço questão em preservar. Partilhamos alegrias e tristezas. Estamos juntos nas horas importantes. Aceitamos as diferenças. Apoiamos decisões. Aconselhamos sem impor. Sabemos com quem podemos contar. Quem me conhece, já viu. Para mim, o núcleo familiar não é só quem faz parte do meu IRS... (A esses dedico mais tempo, claro.) É mais. Muito mais. Nunca me ouviram falar mal do meu clã. Fazem disparates. Pensam de maneira diferente. Têm gostos e hábitos diferentes. Mas são tudo para mim. Defendo-os. Não esqueço um pequenino comentário que alguém lhes faça. Tenho-os bem guardado, aos comentários, claro. São pessoas de bem. Acho que é o fundamental.
Obrigada por existirem.

terça-feira, outubro 10, 2006

Cartas


Pois é! Hoje o carteiro parou duas vezes à minha porta e, em nenhuma delas me deixou qualquer carta. Quero dizer, uma carta escrita especialmente para mim. Recebi publicidade, uma carta de parabéns automática, atrasada, e uma carta de promoções de uma revista de roupa. Depois, também vieram levantar uma encomenda. Hoje levam e trazem tudo, menos cartas: de amor, de amizade, de participação, de convite, etc.!
Isto fez-me lembrar quando foi a última vez que escrevi uma carta, sem ser comercial. Não me consegui lembrar. É triste. Também não me consegui lembrar da última vez que recebi uma carta. Nem qual foi. Nem de quem foi. Só me lembro de postais de Natal, de aniversário e de férias que recebo dos meus irmãos.
Lembro-me de ter um correspondente quando andava na escola primária, daqueles que escreviam para uma escola qualquer do país e um(a) aluno(a) qualquer se oferecia para responder. Eu ofereci-me e fiquei com um correspondente de Vila Real de Santo António. Nem sabia onde isso era. As cartas esclareciam-me. Eu escrevia sobre o pouco que conhecia de Tomar. Recebia e escrevia uma carta por mês. Era giro e acabou no fim desse ano lectivo. Não me lembro do nome. Mas era um rapaz. E as cartas vinham mesmo para mim.
Também tive um namorado que me escrevia quando estava na tropa. Deita-as fora quando acabamos o namoro.
Do que me lembro melhor, é da emoção quando se recebe uma carta. Da vontade de se abrir a carta e ver o que está lá dentro.
Gostava de voltar a receber cartas. Escritas para mim. Só para mim.
E porque me lembrei disto hoje? Porque li, algures, que hoje, 9/10/2006, era o Dia Mundial dos Correios...

domingo, outubro 08, 2006

Castelo de Tomar


O Castelo dos Templários, na mais linda cidade portuguesa, foi mandado construir por Gualdim Pais, no longíquo séc. XII, integrado no sistema defensivo-ofensivo da Reconquista. A Torre da Menagem reutilizou lápides romanas... (in Viagens na Nossa Terra, SRD, 1997:130)
Para saber mais, nada como vir até cá e conhecê-lo.
No Dia Nacional dos Castelos (07/10/2006, ontem), nada como lembrar o que melhor conhecemos.

sexta-feira, outubro 06, 2006

5 de Outubro - Dia Mundial dos Professores



foto: DN 06/10/06, Leonardo Negrão

Foi ontem!


Tanto foi dito, tanto o que ficou por dizer...

«Abri escolas para encerrar prisões.» Victor Hugo

Sempre quis ter uma filha chamada Amélia. Ou Anita. Tudo porque adorei andar na escola primária. Amélia era a minha professora. Com ela aprendi a ler e a escrever. Com ela aprendi a tabuada. Por causa dela quis ser professora. Para também ensinar a ler e a escrever...
Fui boa aluna. Assídua e pontual. Adorava fazer os trabalhos de casa, mal chegava a casa. Tinha sempre os cadernos limpinhos. Não perdia o meu material escolar. Era pouco. Era precioso.
Amélia era enorme. Pelo menos para mim, pequenina e franzina. Tinha um vozeirão... Mas não me assustava. Ensinava-me. Motivava-me. Incentivava-me. Encorajava-me.
Na minha segunda classe, ficou doente. Veio a professora Maria. Alta e magra. É do que me lembro. Não deixou saudades...
Quando soube que a professora dos meus filhos também se chamava Amélia, pensei ser um bom presságio. Não me enganei. Também eles gostam de andar na escola. Terão boas lembranças, com certeza. O resto, logo se verá.
Anita tem quase 50 anos. Os livros, claro. Ia buscá-los à biblioteca itinerante e lia, lia, sonhava, sonhava... Porque a professora Amélia me ensinou a ler e me incentivava a ler livros...

5 de Outubro - Implantação da República Portuguesa

No séc XVI, um poeta português escreveu:
«Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o céu me dá que eu sem perigo
Torne com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.»

Foi em 1910!
Está para durar.
Faço por isso: Voto. Pago impostos. Tenho descendência. Vivo. Luto para que o dia de amanhã seja melhor.
Enfim... Sou portuguesa de alma e coração.
Jorge Luís Borges disse: «Ninguém é a pátria. Todos o somos.» Seja também!
Ah! O poeta só podia ser Camões!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Seja muito bem-vindo!
A maternidade fez de mim uma pessoa melhor. A ela devo, também, o nome do meu blog.
DAR também é sinónimo de doar, partilhar, ceder, transferir, alienar, conceder, ... etc.! Tudo aquilo que pretendo fazer convosco.
DAR também pode significar cascar, bater, menos positivo mas por vezes necessário! Ainda que não seja violenta.
Depois existem tantas expressões, tão conhecidas, com DAR, como "... abébias"; "... a camisa"; "... à língua"; "... alfinetadas"; "... a mão"; "... ao chocalho"; etc., etc.... O que poderá acontecer de forma positiva, sempre.
Também existem provérbios onde DAR aparece como rei e senhor, como este de origem árabe: «Se tens muito, dá os teus bens; se tens pouco, dá o teu coração.» Uma máxima de que me orgulho de praticar.
Já F. Nietzsche disse: «Se quiseres DAR* tem cuidado, pois quem aceita é capaz de não compreender o sentido da tua dádiva.» É verdade, sim senhor! Existe muita gente desconfiada...
Por fim, um conselho do enorme Mahatma Gandhi:«DAR* um copo de água em troca de um copo de água não é nada; a verdadeira grandeza consiste em retribuir o mal com o bem.» Nem sempre possível, mas muito desejado.

Obrigada por estar comigo!
*(As maiúsculas em DAR são da A.)